segunda-feira, 26 de julho de 2010

Epitáfio

(Arthur Henrique)


Olhos fúnebres me assustam,
Fazendo de mim um foco desfocado,
Rezando friamente para realmente ser o foco,
E assim seu sorriso ter de volta.

Mas não adiantou rezar,
A única coisa que consegui foi sonhar,
Perda de tempo na partida sem volta,
Restou-me o lamento e o chorar.

Isso é a vida real,
Morre o vivo,
E o morto nada mais é,
A não ser doces lembranças.

De saudades vou viver,
Correndo contra o tempo,
Não quero mais errar,
Querendo apenas te fazer sonhar.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Certificado

(Arthur Coutinho)


A ternura de suas palavras faz calar o mundo,
Em meio a este silencio gritante estou solitário,
Na inquietude da única certeza viva,
A que horas virá, morte?

Peço-lhe que não demore,
Pois já não suporto devida dor da saudade,
Basta o clima gélido da solidão,
Como se não bastasse me levar o coração.

Não agüento viver das lembranças,
Lembrar que no fim do dia é tudo por ela,
Lembrar do amor eterno nos corações entrelaçados.

Viver no sofrer é aprender,
Amar no viver é saber,
Certificando que não há vida sem amor.